quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Olhos do coração.


Tu! Tu que me lês!
Non me lei-as simplesmente!
Sente-me!
Só a sentir-me é que poderás vislumbrar a beleza das palavras atrozes que me atormentam a alma e o corpo, a luz e o sangue.
Tu non consegues sentir-me, compreender-me...
Nem ver-me sequer.
O quê? Vês-me?
Ah ah.. Deixa-me gargalhar..
Mas atenção!
Tenho que ter cuidado senão mergulho nestas águas.
Sim nestas águas!
Olha bem para a foto!
Vês? Vês-me?
Claro que non..
porque para me verem têm que trocar os olhos da cara pelos olhos de dentro..
Eu estou ali! Bem visível!
Melhor.. estou ali.. estou aqui..
eu ando por todo o lado!
Mas ninguém me vê!
Ninguém sabe quem sou.. Ninguém me conhece..

«Oh Deus infame, confesso-te que anseio e desejo, mas que non quero, que esta realidade orinica mude.»
Ninguém me conhece.. porque ninguém vê!
Ninguem sente!

Eu??!
Eu estou ali!
Ora deitado sobre o cais a olhar para o céu, a incandiar-me com o sol,
ora a mergulhar a ponta dos pés na pura e fresca água dos sonhos...

Nenhum comentário: